Documentário nos cinemas africanos: ontem e hoje, com Jean-Marie Teno, Alexie Tcheuyap e Sada Niang
A Mostra de Cinemas Africanos 2022, em parceria com o Cinusp, promove a conferência Documentário nos cinemas africanos: ontem e hoje. O evento acontece no dia 11 de julho às 10h na sala do Cinusp e conta com a presença do mais importante documentarista africano vivo, o camaronês Jean-Marie Teno.
Dois pesquisadores de referência internacional em cinemas africanos – os professores Sada Niang (Universidade de Victoria, Canadá) e Alexie Tcheuyap (Universidade de Toronto, Canadá) – refletirão, junto com o diretor camaronês Jean-Marie Teno, sobre referentes, peculiaridades e evolução do gênero oferecendo um marco histórico para contextualizar as produções contemporâneas africanas e diaspóricas. O encontro será mediado pelo professor Henri Gervaiseau.
Em um momento contemporâneo de força do documentário filmado em digital, com filmes de países, temáticas e propostas estéticas díspares, torna-se urgente debater sobre possibilidades futuras, elementos de continuidade e ruptura do gênero, bem como desafios e alianças para novas gerações de profissionais do documentário. Em um mundo povoado de imagens e telas, olhar para a indústria cinematográfica a partir do documentário representa uma tomada de posição, conectando essas mulheres e homens com autores pioneiros e obras clássicas do gênero, ousadas e vanguardistas em seu conteúdo, mensagem e forma.
A conferência é um evento gratuito e contará com tradução simultânea do francês para o português. O cineasta Jean-Marie Teno vem ao festival com o apoio da Embaixada da França no Brasil.
DETAILS
Documentário nos cinemas africanos: ontem e hoje, com Jean-Marie Teno, Alexie Tcheuyap e Sada Niang
Mediação do professor Henri Gervaiseau (USP)
Dia 11 de julho de 2022, às 10h no Cinusp (R. do Anfiteatro, 109 – Butantã, São Paulo – SP)
SOBRE JEAN-MARIE TENO
Jean-Marie Teno, o mais proeminente documentarista da África, produz e dirige filmes sobre a história colonial e pós-colonial da África há mais de vinte anos. Filmes de Jean-Marie foram homenageados em festivais em todo o mundo. Foi convidado do Seminário Flaherty, artista residente e lecionou em várias universidades. Jean-Marie nasceu em 1954 em Bandjoun, Camarões. Estudou comunicação audiovisual na Universidade de Valenciennes e trabalhou como crítico de cinema na Bwana Magazine e como editor-chefe na France 3. Em 1983, dirigiu seu primeiro curta-documentário Schubbah. Em 1992, ele fez seu documentário Afrique, je te plumerai sobre os efeitos do colonialismo e neocolonialismo em Camarões. Em 1996, fez Clando, que ganhou o Prêmio do Público no 6º Festival de Cinema Africano em Milão, Itália. Jean-Marie Teno também é produtor de seus próprios filmes com Les Films du Raphia. De 2007 a 2008, foi Artista Visitante no Copeland Fellow no Amherst College, e em 2009 – 2010 foi Professor Visitante no Hampshire College, Massachusetts. Ele vive entre a França, Camarões e os Estados Unidos.
SOBRE ALEXIE TCHEUYAP
Professor de francês cuja experiência se concentra na literatura africana, cinema e estudos de mídia. Ele obteve um doutorado em literatura francesa pela Queen’s, somando-se a um doutorado e mestrado no mesmo campo da Universidade de Yaoundé, em Camarões. Ele lecionou na Universidade de Calgary antes de ingressar no departamento francês da Universidade de Toronto em 2006 e é membro sênior dos Institutos Europeus de Estudos Avançados. Especialista em literatura africana, cinema e estudos de mídia, Tcheuyap conta com Ariane Astrid Atodji, Florence Ayisi, Jean-Pierre Bekolo, Assia Djebar, Amina Abdoulaye Mamani, Jean-Marie Teno e Mansour Sora Wade entre seus cineastas africanos favoritos. Ele escreveu vários livros, incluindo De l’écrit à l’écran, Postnationalist African Cinemas, Autoritarisme, presse et violence au Cameroun e Avoir peur. Insecurité et roman en Afrique francófono.
SOBRE SADA NIANG
Sada Niang is Professor of French and Francophone Studies at the University of Victoria, Canada. He holds a Ph.D from York University (Downsview, Ontario). His recent work focuses on postcolonial cinema, the cinema of Francophone Sub-Saharan Africa, Maghreb (Morocco, Algeria and Tunisia) and Francophone women’s films. Originally a scholar of African literature, Niang has turned his attention in the last fifteen years to African cinema. Niang’s recent work has focused specifically on African documentary cinema, and he is currently co-editing what will be the first scholarly volume on the subject. Niang cites Osvalde Lewat, Sokhna Amar, and Jean-Marie Teno as some of the many noteworthy African documentary filmmakers he studies.
SOBRE HENRI GERVAIRSEAU
Franco-brasileiro, cineasta documentarista, professor titular do CTR-ECA-USP, e vice-diretor do CINUSP. Fundador e ex-presidente da associação Vídeo nas Aldeias e sócio da Associação Paulista de Cineastas (APACI). É autor de filmes e vídeos premiados no Brasil e no estrangeiro tais como Touche pas à mon pote (1988), Tem que ser baiano? (1994), Em trânsito (2007), Entre Tempos (2012). Dedica-se atualmente a realização da série de documentários intitulada Trilogia do deslocamento e a montagem do documentário Das equipes volantes da resistência aos semeadores de palavra. Publicou artigos em revistas brasileiras e estrangeiras sobre cineastas tais como Eduardo Coutinho, Jean Rouch, Pierre Perrault, Robert Bober (e Georges Perec), e Jean-Luc Godard. É autor do livro O abrigo do tempo. Expressões cinematográficas da passagem do tempo (Alameda, SP, 2012). Coordena na USP a pesquisa O documentário como expressão da experiência do deslocamento.