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November 9, 2024

A Nigéria, sua história e pluralidades: a narrativa política do filme “Uma Segunda-Feira Tranquila” (2023)

Com direito a debate com a plateia, o cineasta Dika Ofoma reflete sobre o papel da nova geração de cineastas nigerianos em passagem por Salvador.

Por Anna Luiza Santos

Dika Ofoma ao lado de Ana Camila Esteves e Ife, tradutora do debate. Foto 1 de Maína Diniz; foto 2 de Mamadou Diop.

 

As complexas relações comunitárias em um contexto de tensão política na Nigéria são o tema central do filme “Uma Segunda-Feira Tranquila” (2023), do diretor Dika Ofoma. O cineasta esteve pela primeira vez no Brasil para participar da Mostra de Cinemas Africanos em Salvador e exibiu o seu filme na última sexta-feira (20/09), no Cineteatro 2 de Julho, localizado no IRDEB – Federação.

Em “Uma Segunda-Feira Tranquila”, Ofoma oferece uma perspectiva única sobre a luta por justiça, ambientada no contexto da guerra civil da Nigéria, nomeada de Guerra do Biafra, que ocorreu entre 1967 e 1970, e que ainda causa traumas profundos na sociedade nigeriana. A Guerra do Biafra foi um conflito político causado por um choque entre dois grupos étnicos da Nigéria, onde o povo igbo pediu separação e independência do seu território com o resto do país. 

Nesse contexto de disputa política, o filme acompanha os irmãos Kamnonu e Ogbonna. Quando o líder de um grupo separatista do sudeste nigeriano é preso, seus apoiadores impõem um toque de recolher obrigatório às segundas-feiras como forma de protesto. Mas os irmãos Kamnonu e Ogbonna decidem desafiar essa restrição para conseguir o seu ganha-pão.

No curta, o diretor mostra com sensibilidade as emoções, perspectivas e questionamentos cotidianos dos nigerianos durante a guerra, trazendo um olhar mais intimista para causar reflexão sobre a política e suas consequências. Além disso, Dika Ofoma também deixa explícito em sua direção a diversidade cultural da Nigéria.

País composto por mais de 250 grupos étnicos e o mais populoso do continente africano, a Nigéria apresenta múltiplas identidades, linguagens e tradições. Apesar de não ter um sentimento de unidade, como afirmou o cineasta, o intercâmbio e a relação entre os grupos étnicos é intensa, tendo o comércio como principal meio de conexão. “Além de contar histórias reais, quero usar o cinema para representar a diversidade presente no meu país”, afirmou Ofoma.

O cineasta, apesar de estar pela primeira vez no Brasil,  já foi curador convidado da MCA no ano passado e já escreveu críticas exclusivas dos filmes para a programação do festival nos anos anteriores. Aproveitando a passagem por Salvador, Ofoma realizou um bate-papo com a plateia, após a exibição do seu filme, acompanhado da diretora da Mostra, Ana Camila Esteves.

Compartilhando opiniões sobre seu processo criativo e seu papel na nova geração de cineastas nigerianos, Dika Ofoma debateu sobre mercado internacional e Nollywood, nome dado à indústria cinematográfica da Nigéria. O país é o terceiro que mais produz filmes no mundo, atrás apenas de Hollywood (EUA) e Bollywood (Índia).

“Nollywood é frequentemente usado como um termo guarda-chuva para resumir o cinema da Nigéria, porém dentro desse cinema há uma diversidade de produtores, criadores e diferentes perspectivas, com várias especificidades que não são representadas nesse termo. Não somos uma coisa só”, afirmou Dika.

Complementando o debate, a diretora Ana Camila Esteves ponderou que: “O cinema nigeriano não é apenas Netflix, não é apenas o que vemos no YouTube. A indústria de cinema da Nigéria é muito complexa, cheia de camadas e existe uma nova geração fazendo um novo tipo de cinema. Um cinema mais autoral, preocupado com a linguagem, narrativas e estilo, sem colocar como principal prioridade o lucro. E o Dika é um desses cineastas”.

 

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