Debate: “O lugar das mulheres negras no cinema – perspectivas e colaborações”
Aïssa Maïga é uma figura de destaque na França na luta para alcançar visibilidade e equidade para as pessoas pretas, e denunciar a discriminação racial e a falta de diversidade no cinema. Como atriz, diretora e ativista, ela se junta a um crescente movimento de luta da África e da diáspora de mulheres negras pela ocupação de mais espaço na indústria audiovisual. Esta conversa com as cineastas brasileiras Ceci Alves e Viviane Ferreira vai partir da extensa carreira de Aïssa Maïga para discutir elementos e estratégias comuns com o Brasil e imaginar colaborações futuras.
O encontro acontece no dia 08 de julho 2022, às 19h, no Sesc Av. Paulista. Entrada gratuita e tradução simultânea do francês para o português.
The 2022 Brazil African Film Festival is made by Sesc São Paulo from the concept developed by Ana Camila Comunicação & Cultura, in partnership with Cartografia Filmes, Spcine and Cinusp, and cultural support from the French Embassy in Brazil, Cine France, French Institute and Goethe-Institut.
SOBRE AS CONVIDADAS
Aïssa Maïga (França/Senegal) – Cineasta e atriz
Born in Senegal, Aïssa Maïga arrived in France at the age of 4. She began her film career as an actress and now has more than thirty films to her credit. Through the diversity of her roles, Aïssa Maïga intends to cultivate a versatility of acting and artistic collaborations: she has notably played for Michael Haneke, Cédric Klapisch, Philippe Lioret, Michel Gondry and Mahamat Saleh Haroun. In 2007, the drama “Bamako” by Abderrahmane Sissako, in which she played the main role, earned her a nomination in the category of best female hope at the 32nd Cesar ceremony. She has always fought for racial equality, women's rights and is involved in humanitarian causes. She thus initiated the writing of the collective essay "Black is not my profession" (Editions du Seuil, 2018), with fifteen black or mixed-race actresses to denounce the too limited range of roles offered to them. In 2021, she directed for Canal+, with Nolita TV and Zadig Productions, the documentary “Regard noir”, adapted from “Black is not my job”. The same year, she released the documentary "Above Water", her first feature film.
Ceci Alves (Brasil) – Cineasta
Ceci Alves é uma cineasta negra, que imprime em seu trabalho uma narratividade musical, lidando com questões de militância e protagonismo dos excluídos de uma forma afetiva e política. Tem larga experiência na área de Comunicação, com ênfase em Jornalismo e Cinema, e é reconhecida documentarista e curta-metragista, com premiações no Brasil e exterior. Mestra em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia, é roteirista e montadora formada pela Escuela Internacional de Cine y TV de San Antonio de los Baños, La Habana, Cuba. Ceci também tem Master 2 em Direção pela École Supérieure d’Audio-Visuel, unidade da Université de Toulouse, Le Mirail, França. É professora de Jornalismo, Cinema e Política Cultural, além de ser curadora e júri de diversos festivais e mostras nacionais e internacionais. Já teve projetos chancelados pela CHAMADA PÚBLICA PRODAV 04/2014, da Ancine; além de ter desenvolvido as séries dentro do Núcleo de Criação USINA DO DRAMA, atividade de extensão da Universidade Federal da Bahia; para o Laboratório de Narrativas Negras e Indígenas para Audiovisual 2020, organizado pela Flup – Festa Literária das Periferias, em parceria com a Rede Globo. Foi fundadora do Núcleo de Audiovisual do Jornal Correio/site Correio24Horas, em Salvador/BA – no qual ganhou o prêmio Tim Lopes em 2015, pela série de reportagens intitulada Tempo Perdido. Foi ainda Coordenadora da Central de Jornalismo do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia – IRDEB.
Viviane Ferreira (Brasil) – Cineasta
Diretora-presidente da Spcine – empresa de cinema e audiovisual da prefeitura de São Paulo -, ela também é advogada, ativista do movimento negro, presidenta e uma das fundadoras da Associação de Profissionais do Audiovisual Negro. Além de roteirista, é diretora, produtora e fundadora da Odun Filmes. Sua obra “O Dia de Jerusa” (2014) foi exibido no Short Film Corner do Festival de Cannes. O curta foi transformado no longa “Um Dia com Jerusa” e com ele Viviane se tornou a segunda mulher negra a dirigir um longa de ficção no Brasil – a primeira foi Adélia Sampaio. É formada em Cinema pela Escola de Cinema e Instituto Stanislavisky e em Direito pela Universidade Paulista, onde se especializou em Direito Público, com foco em Direito Autoral e Cultural. Também é mestre em Políticas de Comunicação e Cultura pela Universidade de Brasília (UnB).