Mesa redonda: Produção Independente no contexto africano
A mesa abordará as práticas e concepções acerca da produção independente de produtos audiovisuais no contexto de alguns países do continente africano. Considerando as abordagens de cada país, bem como as questões e problemáticas que envolvem todo processo da cadeia audiovisual a partir da experiência de cada cineasta presente. A mesa contará com a participação de Aïsa Maïga, Babalwa Baartman, Ema Edosio, Jenna Cato Bass, Maïmona Jallow e mediação de Kariny Martins com tradução simultânea.
Aïssa Maïga
Nascida no Senegal, Aïssa Maïga chegou à França aos 4 anos. Ela começou sua carreira no cinema como atriz e agora tem mais de trinta filmes em seu currículo. Através da diversidade de seus papéis, Aïssa Maïga cultiva uma versatilidade de atuação e colaborações artísticas: ela já atuou para Michael Haneke, Cédric Klapisch, Philippe Lioret, Michel Gondry e Mahamat Saleh Haroun. Em 2007, o drama “Bamako”, de Abderrahmane Sissako, no qual ela interpretou o papel principal, lhe rendeu uma indicação na categoria de melhor esperança feminina na 32ª cerimônia de César. Ela sempre lutou pela igualdade racial, pelos direitos das mulheres e está envolvida em causas humanitárias. Iniciou assim a redação do ensaio coletivo “Negro não é minha profissão” (Edições du Seuil, 2018), com quinze atrizes negras ou mestiças para denunciar a gama muito limitada de papéis que lhes é oferecida. Em 2021, dirigiu para o Canal+, com Nolita TV e Zadig Productions, o documentário “Regard noir”, adaptado de “Noire n’est pas mon profession”. No mesmo ano, lançou o documentário “Caminhar sobre a Água”, seu primeiro longa-metragem.
Babalwa Baartman
É uma cineasta sul-africana que usa a narrativa como ferramenta de ativismo e cura para sua comunidade. Em 2015, Babalwa registrou sua produtora, Sanusi, através da qual co-escreveu um curta-metragem “Sizohlala”, uma história que destaca os Movimentos de Ocupação na África do Sul e recentemente co-produziu e co-escreveu um longa “Mlungu Wam” ( TIFF 2021 Platform Competition), um Terror Psicológico, que aborda a questão da desigualdade na África do Sul através da história e experiência de uma trabalhadora doméstica e sua filha. Ela é a fundadora do Sanusi Skills Advancement Program, um programa de animação 2D voltado para dar aos graduados a experiência e orientação necessárias para ajudá-los a se preparar para o mercado de trabalho.
Ema Edosio
É uma artista e diretora de cinema nigeriana. Seu longa de comédia, Kasala!, percorreu o mundo nos festivais de cinema. Ema iniciou sua carreira de forma autodidata, ao acompanhar cineastas da indústria de cinema de Nollywood, na Nigéria. É formada em cinematografia e direção pela New York Film Academy e pelo Motion Pictures Institute of Michigan, nos Estados Unidos. Seu segundo longa, Otiti, tem estreia no Brasil na Mostra de Cinemas Africanos.
Jenna Cato Bass
É roteirista, cineasta e ex-mágica sul-africana. Seus filmes premiados incluem o curta THE TUNNEL (2010) e os longas-metragens criados de forma colaborativa LOVE THE ONE YOU LOVE (2014) e HIGH FANTASY (2017), que foram exibidos em todo o mundo, inclusive no Sundance, Berlinale e Festivais de Cinema de Toronto. Juntamente com Wanuri Kahiu, Jenna co-escreveu o romance jovem RAFIKI, que estreou em Cannes Un Certain Regard em 2018. Seu terceiro longa como diretora e roteirista, FLATLAND, foi o filme de abertura do Berlinale Panorama 2019. Em 2019, Jenna dirigiu o curta-metragem SIZOHLALA, com produção executiva do aclamado cineasta Jia Zhangke. Seu quarto longa-metragem, uma sátira do filme de horror, MLUNGU WAM, co-escrito com Babalwa Baartman, estreou em 2021. Jenna também ensina Direção e Roteiro na Universidade de Tecnologia da Península do Cabo e é membro fundadora do coletivo Free Film School.
Maïmouna Jallow
é uma artista multidisciplinar, atuando como contadora de histórias, editora, dramaturga e diretora de cinema. Em 2021, lançou seu filme de estreia, Tales of the Accidental City, um longa experimental em que toda a ação acontece no Zoom. Ela também é co-fundadora e diretora da organização Positively African e diretora artística do East African Soul Train. Antes disso, Maïmouna trabalhou como produtora para a BBC e em comunicação para Médicos Sem Fronteiras. Possui mestrado em Literatura Africana pela SOAS, University of London.
10/07 (dom) – 18h30
Cine Passeio (R. Riachuelo, 410, Centro)
A edição curitibana da Mostra de Cinemas Africanos 2022 é uma realização da Cartografia Filmes e Ana Camila Comunicação e Cultura, com apoio da Aliança Francesa – Curitiba, Cine Passeio – Icac, Cineclube Atalante, Cinemateca de Curitiba, Mubi, Goethe-Institut e Embaixada França – Institut Français e conta com incentivo do Ebanx. Projeto realizado com recursos do Programa de Apoio de Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba.